Duas mulheres negras foram essenciais para essa história de luta e resistência da população LGBTQIAPN+
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, em 28 de junho, é uma grande oportunidade para celebrar a diversidade e, também, lembrar de pessoas que foram fundamentais para o avanço das pautas da comunidade queer.
A data faz referência ao que ficou conhecido como Rebelião de Stonewall, evento ocorrido em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, em prol da comunidade de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans, travestis, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais e outras identidades de gênero e diversidade sexual que sofriam grande repressão social e de forças policiais à época.
O clube Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village, era um ponto de encontro e resistência da população LGBTQIAPN+ na cidade. Porém, a legislação vigente e a atuação da polícia fazia com que toda a comunidade fosse reprimida com violência, e invasões e agressões às pessoas frequentadoras do clube eram frequentes.
Após diversos abusos, a comunidade se rebelou e iniciou um levante em protesto contra a repressão e a violência policial. Os manifestantes reagiram contra a polícia e reuniram milhares de pessoas em frente ao clube para evitar a prisão das pessoas que estavam ali. Duas mulheres negras foram essenciais para essa história de luta e resistência da população LGBTQIAPN+.
Marsha P. Johnson e Stormé DeLarverie
Marsha P. Johnson (1945-1992) foi uma ativista fundamental para combater a repressão policial e o preconceito em Nova York nos anos 1960. Marsha foi uma mulher trans, negra e artista drag queen conhecida na cena noturna nova-iorquina, que foi linha de frente durante os 6 dias da Revolta de Stonewall.
Ela também fundou a Gay Liberation Front, grupo que exigia o fim da perseguição à comunidade, além da Street Transvestite Action Revolutionaries, entidade que oferecia moradia e amparo a jovens que viviam nas ruas de Nova York.
Outra mulher essencial para a comunidade LGBTQIAPN+ foi Stormé DeLarverie (1920-2014). Cantora, apresentadora e drag king que estava em Stonewall no dia em que a revolta aconteceu. Stormé também era uma mulher negra, lésbica, que foi uma das primeiras pessoas agredidas pela polícia no dia 28 de junho de 1969.
Agredida com um cassetete, Stormé entrou em luta corporal contra o policial que iniciou as agressões. Após ser detida diante da multidão que se aglomerava no clube, questionou aos gritos o porquê das pessoas não tomarem nenhuma atitude diante da violência da polícia. A partir dali, a reação tomou grandes proporções e resultou na Revolta de Stonewall.
Um ano depois da emblemática data, foi realizada a primeira marcha do Dia da Libertação da Rua Christopher, onde ficava o clube. Este foi o primeiro evento similar ao que é hoje a Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, que acontece em vários países, inclusive no Brasil.